
Quando eras azul, e te pintavas de verde,
eu ia descobrir-te entre as marés,
onda, pedra solta do fundo do mar,
búzio onde toca um disco sem parar.
Eu ia descobrir-te sem sono, acordada,
à espera do sol que viesse, do dia
que nascesse, que acordasse este
chão, e teus lençóis tão brancos.
E tu nunca vias o dia a chegar, nunca,
e eu chegava sempre antes do sol,
encostava a minha pele à tua pele,
e adormecíamos, cansados e nus.