26 dezembro 2006

Golden Brown

Tu vivias dentro do fogo,
e nem o vento querias nessas horas
em que o sol te queimava a pele, e te deitavas
nua na areia com uma onda de calor sobre o teu corpo,
vibrante, que dormia sobre ti num longo
meio-dia solar.
Tu eras o fogo.

Olhar-te seria engolir o fogo de vinte fogueiras,
e vinte vezes eu desesperei e olhei o teu corpo,
vinte vezes vinte quatrocentas fogueiras
eu pisei para chegar até à pele das tuas coxas,
até chegar ao teu cabelo, rio de lava, até
ser um corpo
que se evapora,
que se extingue por
se extinguir, sublimado, junto a ti,
nua sobre a areia num longo
meio-dia solar.

Sem comentários: