11 dezembro 2007

avenida das tílias

Eu quero janelas verdes, uma avenida de tílias cheia de sombras primaveris, o perfume dos dias de sol, dois olhos líquidos e fundos... eu quero passar de madrugada e ver os esquilos correr do parque para o jardim, aventurando-se pela estrada. Eu quero ser um esquilo. Eu queria querer-te, mas não quero. Eu quero janelas verdes, uma avenida de tílias e um banco de pedra, musgo e níqueles, ou um muro, uma raiz antiga de árvore onde me sentar, sim, eu quero uma avenida de tílias, duzentos anos de árvores, dois séculos de verde silêncio, mas o silêncio não é perfeito, o silêncio não existe, os murmúrios existem, pois eu quero o rumor das tílias, os seus braços que me levem para a copa das árvores, eu vou com os esquilos de madrugada...
Eu quero janelas verdes, uma avenida de tílias, os meus passos debaixo das tuas janelas, serão verdes? serão tílias?

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