09 abril 2011

Alentejo

Eu aguardo nas colinas
a invenção do território
e da distância.

Acalma-se por fim o chão,
deitam-se as serras, chega então a planície
e com ela a invenção da distância.

As colinas contemplam
a hipótese do fogo,
o arado da terra
são as botas dos soldados

e no entanto

está tudo bem,
está tudo bem
Luísa e os outros
Nas tuas mãos, Luísa, eu vejo
os dedos com que devoras a fruta
e as palavras inteiras onde
a verdade e o erro
o tempo e a espada
são filhos de uma primaveril
reabilitação do corpo.

Está tudo bem Luísa
e os outros: com duas mãos
e bom trigo se faz um pão.
Agora senta-te, traz um queijo
e conversa comigo.

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