26 outubro 2011

Pergunto-me que sou quem és
eu tu isto porque um dia confundiste-te comigo
falavas como eu dormias,
dei por mim a escalar-te dor magra colina
e pergunto ainda quem sou quem és
houve tempo em que realmente não sabia
não mo dizias e não me disseste ainda
deves já ter reparado que to pergunto sempre
e não a mais ninguém quem sou quem és
talvez às vezes eu apenas outras vezes todos
não esses, que não existem, mas também tu
certas noites - essas onde não entramos -
já lá estão outros iguais a nós
os mesmos cabelos mas um pouco despenteados
e a noite só à espera entrelaçando os dedos
e certa vez tanto esperou que se esqueceu de sair
- esquerda alta - e como se esqueceu de sair lá ficámos
mais um pouco - procissão - ainda sem saber
quem sou eu quem és tu, se diferentes somos,
a protagonizar incêndios azuis.

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