30 agosto 2007

Do fundo das pedras

Quando tu ias beber a água do fundo das pedras
eu esperava sentado pelo Verão que chegasse,
pela lua que olhasse
e te visse beber a água do fundo das pedras,
eu esperava;
nesses dias o céu era tão azul,
e o mar era tão verde, atlântico;
depois tu voltavas de uma árvore, tão fresca,
ao sol, ao sol que resplandecia,
caminhavas e nem os teus passos se ouviam,
da tua boca nada se dizia,
tu voltavas, a tua saia quase tocava o chão
e nascia na cintura, acima do umbigo,
o teu peito adivinhava-se
entre os braços, que trazias cruzados,
e eu esperava, esperava sossegar desse tão
doloroso sorriso que tu fazias,
eu esperava outra vez pelo sol, pela lua que olhasse
e te visse beber a água do fundo das pedras.

1 comentário:

. disse...

do fundo das pedras, nasce um poema. :)