28 dezembro 2007

a pillow of winds

Hora morta, hora de Sol,
hora fugidia, as tuas horas
crepitam na multidão de fogo de uma lareira.
É pelo fogo que ardes,
é pelo fogo que a tua beleza
impura
sublima
acima de um mar sem horizonte,
ou um horizonte verde.
Numa hora cabe o teu corpo,
numa hora cabe o meu,
e cabe um girassol,

a pillow of winds -
sleepy time when I lie
with my love by my side
and she's breathing low
and the candle dies

numa hora cabe o brilho líquido
dos teus olhos febris,
numa hora longa de insónia escura
acontecem
estrelas
nebulosas
super-novas no meu tecto,
disse já que na escuridão tudo se completa,
tudo se ausenta
e tudo se concentra
numa hora breve de prazer, de prazer tectónico,
acontecem
águas fundas
atlânticas
corrente do Golfo nas palavras
(disse palavras?)
nas palmas das minhas mãos.

Sem comentários: