16 setembro 2007

eu queria ser nada
e ver nada acontecer perto de mim
por estar cansado de ser nada

e tudo o que da noite e das sombras
aparentemente nasce, eu queria apenas

que tudo morresse, que indiscretamente
TUDO deixasse de existir,

e toda música poderia enfim serenamente
voltar de onde jamais partiu, voltar às cordas
de uma guitarra, o vento soprava e eu ouvia,
soprava e eu ouvia, soprava...
e ouvia...


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e
talvez o verão esteja tão longe
e os dias de outono junto à pele,
talvez seja apenas já um sopro
disforme, último reduto de uma dor

tão clara.

1 comentário:

hora tardia disse...

...e dor assim de tão clara

chega para ser quase música.



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boa tarde Nuno.