chegam tarde as rosas
teus dedos pétalas
vespertinas
às cavernas aos
punhos à hora do gelo
chegam sempre tarde
às memórias de turbante
aos desertos azuis
chegam sempre tarde
as palavras
as que caem verticais
e frias
na tarde cinzenta de
chuva
frias como a chuva
e chegam sempre tarde
as rosas as palavras
nas costas de Atlas
pesando
e chegam sempre tarde
ao topo das colinas
tardando se é verão
e tu chegas sempre
tarde
a essa canção à
altura dos ombros
depois do medo depois
dos braços
cansados de serem
lírios brancos
é sempre tarde para a
espera
mais longa.