Ninguém quer abraçar este corpo,
esgotá-lo pela ternura
violenta de uma mordedura,
tomá-lo nos braços
pelas tardes douradas de outono.
Ninguém quer esta brancura
perfeita de mármore,
porção finita do desejo.
A luz percorre
os espaços, quem me vem
atirar para uma cama desabitada
quando de noite cai o frio
das estrelas?
Serenamente um dia...
Um dia,
hoje não,
também as maçãs esperam
cair, maduras, no chão.
Eu hei-de sorrir serenamente,
angustiado
e triste: ninguém quer aquecer
este corpo abandonado.
Ninguém que ensinar este corpo
a viver,
ninguém quer abraçar este corpo.
1 comentário:
Quanta intensidade num só poema. Gostei muito.
http://escritapordentro.blogspot.com/
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