08 abril 2010

No fim de uma rua

Arde, arde, arde um dia de inverno numa árvore no fundo da rua, um sol em glória poente viera ali deitar-se, mas que dizer dessas chamas vespertinas, essas palaras não existem, Rua, rio, As margens de uma rua são as paredes que se erguem tão altas, umas brancas, outras escuras, outras ainda permanecem na sombra, aí onde os braços da claridade não chegam, essas ruas não existem, são rios de sentido único e oceânico, esta começa onde acaba e acaba onde começa, tem no fim dela curiosas casas se dispõem em anfiteatro e assistem ao espectáculo de fogo. No fim de uma rua uma árvore ardia.

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