todas as esperas
são nocturnas
todas as esperas
são longas planícies
onde vamos descalços
beber a noite azul
todas as esperas
são circulares
abandonadas
são gestos rápidos
nervosos
um desencontro de mãos
tu sabes o que são as ruas
longos braços que não
se cruzam, apenas tentam,
ensaiam abraços, estreitando-os,
mas tu não podias, tu não cabes
nessa rigidez,
e pedias um terramoto
um deslizamento
que encurtasse o espaço
entre os olhos, o tempo da espera
por essa rua que desce
até ao mar.
1 comentário:
Um homem dança mar adentro
Leva a luz nos braços desengonçados
Desaprendeu o sorriso fácil:
Cabe-lhe a dor num abraço
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