Procuro na noite
os braços de um
descanço possível
- ainda as luzes me
cegam.
É de uma outra luz
que falo,
desse lastro luminoso
e pacífico
do silêncio,
a primeira luz fria
da manhã
por onde a noite,
amiga, se esvai.
Mas os teus olhos são guitarras à janela,
tu que te dizes negra e negros me
atiras
os dedos ao pescoço.
Mas eu hei-de amar-te - eu hei-de entrar
fundo
nos teus cabelos e tu hás-de de abrir
os teus braços,
noite, para esse descanso
final por onde
voltarei
inteiro vivo
novo.
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